O padrão de beleza é racista
- Mariana Baldani

- 6 de out. de 2020
- 1 min de leitura

Hoje é Dia da Consciência Negra, e essa é uma reflexão que não poderia deixar passar.
O padrão de beleza obedece um modelo eurocêntrico de beleza, ou seja, é baseado na beleza europeia, composta pela pele clara, os olhos claros, cabelos lisos (ou ondulados e controlados) e preferencialmente claros, os traços finos, e um corpo esguio e magro.
De fato, o padrão exclui todas as mulheres, porque até as que obedecem esse conjunto de características vivem com insatisfação corporal (afinal, além do ideal eurocêntrico, vivemos o ideal eurocêntrico+photoshopado), mas não podemos fechar os olhos à quem são as mais excluídas desse ideal - as mulheres negras.
O padrão eurocêntrico não comporta as mulheres negras. Ele as exclue e aponta sistematicamente como a cor de sua pele, seu cabelos e seus traços não pertencem ao belo.
Quantas mulheres negras não sentiram a pressão - feita até pelas empresas - para alisar ou prender os seus cabelos? Ou a dificuldade de encontrar uma figura que as representasse na mídia enquanto cresciam?
E quantas, por não terem seus corpos encaixados no padrão do que é belo e casto, não são reduzidas a imagens hipersexualizadas pela mídia?
Não estamos falando, portanto, apenas do machismo e da misoginia que o fenômeno do padrão de beleza impõe, mas também de uma lógica racista que ele perpetua.
Em um país racista, não basta não ser racista, é necessário ser anti-racista. E isso também passa pela nossa compreensão do que é o belo, pelo entendimento do papel do padrão de beleza como agente perpetuador do racismo, e então pela luta cada vez mais afiada na derrubada desse padrão.
Escrito por @mqueridocorpo
Psicóloga Raquel Guimarães
CRP 06/135676




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